A Era Vargas é um
período que se estende de 1930 a 1945, dentro dele existem três subdivisões:
governo provisório (1930 a 1934), governo constitucional (1934 a 1937) e o
Estado Novo (1937 a 1945).
A Ditadura Militar é um
período que se demarca de 1964 a 1985.
Ambas periodizações são
tidas como governos autoritarismo onde a liberdade de expressão era censurada e
o país passou uma grande centralização de poder.
Analisar e pontuar como
cada Ditadura de maneira distinta agiu na sociedade brasileira, porém o enfoque
será os canais de comunicação, como eles serviram de instrumento dominador e
propagador das ideias desses governos autoritários.
Utilizaremos como fio
condutor o patriotismo em combate ao comunismo, como ele se deu pelo canais de
comunicação.
A tentativa de
contenção da ideologia comunista (propagadora de ideias revolucionários que
será tratado na próxima aula) na Era Vargas veio com o alerta do avanço de
espiões estrangeiros e a apreensão de livros que tivessem entonação critica e
contestadora.
Isto
aqui, o que é? - Composição: Ary Barroso
Isto
aqui, ô ô
É
um pouquinho de Brasil iá iá
Deste
Brasil que canta e é feliz,
Feliz,
feliz,
É
também um pouco de uma raça
Que
não tem medo de fumaça ai, ai
E
não se entrega não
Olha
o jeito nas 'cadeira' que ela sabe dar
Olha
só o remelexo que ela sabe dar (Repete)
Morena
boa, que me faz penar,
Bota
a sandália de prata
E
vem pro samba sambar
Esse era o samba
exaltação que o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) aceitava. Como
contra ponto vamos para um samba censurado.
Pedreiro
Waldemar - Composição: Wilson Batista/Roberto
Você
conhece o pedreiro Waldemar?
Não
conhece?
Mas
eu vou lhe apresentar
De
madrugada toma o trem da Circular
Faz
tanta casa e não tem casa pra morar
Leva
marmita embrulhada no jornal
Se
tem almoço, nem sempre tem jantar
O
Waldemar que é mestre no oficio
Constroi
um edificio
E
depois não pode entrar
Você
conhece o pedreiro Waldemar?
Não
conhece, mas eu vou lhe apresentar
De
madrugada toma o trem da Circular
Faz
tanta casa e não tem casa pra morar
Vargas teve o cuidado
de justificar a perseguição a censura do relato de desigualdade social e
vadiagem.
CPDOC: arquivo – Getúlio para crianças
Existe uma mensagem que
diz que o trabalho aliado a obediência livra o país da desordem que o
intelectualismo quer impor, isso porque grande parte dos comunistas eram
letrados, e somente juntos se responsabilizaram pelo futuro da Nação.
Ditadura Militar seu
ufanismo impositivo
A ditadura de 1964 teve
um auxilio a mais para estabelecer o golpe, a televisão que difundia para as
camadas populares ideais. Ela se iniciou com a derrocada de Jango.
Correio
da manhã do dia 2/4/1964.
A imagem comunista que
pintaram do Jango criou um estereotipo e uma áurea sobre o movimento de
esquerda que foi perseguido pelos militares, ele nesse discurso escapava do
modelo de brasilianidade.
A censura era
pré-disposto para a manutenção do poder. Veja a seguir a propaganda do governo
Medici que vigorou de 1969 – 1974:
Ao
mesmo tempo que a televisão foi mais um mecanismo para dominação, com seus
festivais permitiu alertas como de Caetano Veloso nos “Mutantes” cantando “É
proibido proibir”.
Canção de protesto
É
Proibido Proibir - Composição: Caetano Veloso
A
mãe da virgem diz que não
E
o anúncio da televisão
Estava
escrito no portão
E
o maestro ergueu o dedo
E
além da porta
Há
o porteiro, sim...
E
eu digo não
E
eu digo não ao não
Eu
digo:
É!
-- proibido proibir
É
proibido proibir
É
proibido proibir
É
proibido proibir...
Me
dê um beijo, meu amor
Eles
estão nos esperando
Os
automóveis ardem em chamas
Derrubar
as prateleiras
As
estantes, as estátuas
As
vidraças, louças, livros, sim...
E
eu digo sim
E
eu digo não ao não
E
eu digo:
É!
-- proibido proibir
É
proibido proibir
É
proibido proibir
É
proibido proibir
É
proibido proibir...
(falado)
Caí
no areal na hora adversa que Deus concede aos seus
para
o intervalo em que esteja a alma imersa em sonhos
que
são Deus.
Que
importa o areal, a morte, a desventura, se com Deus
me
guardei
É
o que me sonhei, que eterno dura
É
esse que regressarei.
Me
dê um beijo meu amor
Eles
estão nos esperando
Os
automóveis ardem em chamas
Derrubar
as prateleiras
As
estátuas, as estantes
As
vidraças, louças, livros, sim...
E
eu digo sim
E
eu digo não ao não
E
eu digo: É!
Proibido
proibir
É
proibido proibir
É
proibido proibir
É
proibido proibir
É
proibido proibir...
Ouça aqui: https://www.youtube.com/watch?v=4xEz2uva_ZE (com o discurso magnifico no festival)
Essa
tentativa que fortalecer ou fincar uma identidade brasileira vem de uma extensa
construção que se iniciou com os modernistas na “Semana de Arte Moderna” em
1920. A historiografia brasileira busca percorrer os caminhos dessas
trajetórias de personificação de uma nação.
As
gerações posteriores a esses processos ditatoriais possuem memórias diferentes
das pessoas que nelas viveram. E idealizam um passado de acordo com suas
paixões.
< http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/arquivo-pessoal/GV/impresso/juventude-no-estado-novo-textos-do-presidente-getulio-vargas-extraidos-de-discursos-manifestos-e-entrevistas-a-imprensa-a
> acessado dia 10/07/2016.
< http://jornalggn.com.br/noticia/a-exaltacao-e-o-ufanismo-na-historia-da-musica-brasileira
> acessado dia 06/07/2016.
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