Segue tema no blog para entrega no dia 11 de julho!
Por favor, coloquem nome e sala nos textos.
Instruções:
- O texto deve ser escrito a caneta;
- A redação não deve ultrapassar 30 (trinta) linhas, nem ter menos que 7 (sete) linhas; e
- Não serão corrigidas redações que deliberadamente fugirem do tema proposto.
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Tema 13
Crise existencial na juventude
Conversei longamente com dois jovens. O primeiro é um rapaz que está com 25 anos, que me procurou para trocar ideias sobre sua vida, suas aflições, suas dúvidas. A outra conversa foi com uma garota de 17 anos, com quem dialoguei a respeito de suas expectativas sobre a vida, o presente e o futuro dela.
O rapaz e a garota são bem diferentes entre si: moram em Estados diferentes, com culturas regionais muito distintas. O rapaz já exerce sua profissão, sua família tem excelente nível socioeconômico, a carreira dele está em plena ascensão e ele se sente satisfeito em seu trabalho.
A garota mora em uma cidade do interior, acabou de ingressar em um curso universitário, tem namorado e sua família é bem simples. Estudou quase sempre em escola pública, e é muito esforçada: dá aulas particulares para crianças e participa de programas sociais como voluntária.
O que há em comum entre esses dois jovens? Um vazio. Apesar de os dois estarem bem encaminhados na vida, eles vivem o que chamei de uma crise existencial: sentem enfado no cotidiano, não conseguem enxergar uma boa perspectiva na vida e, por mais que busquem, não encontram bons motivos para sustentar a vida que levam.
“Não se preocupe comigo: não tenho ideias suicidas, não estou deprimida, faço terapia e amo a vida. O problema é: que raios de vida é essa que eu vivo?” foi uma frase escrita pela garota em nossa troca de mensagens.
“Acordo, me arrumo para trabalhar, saio semanalmente com meus amigos e meus namoros não dão certo. No início achava que o problema eram as garotas, depois pensei que o problema fosse eu, agora acho que as atrapalhações são da vida”, me disse o jovem mais velho. E acrescentou: “Viver não pode se resumir a isso, é muita pobreza. Mas eu não sei o que mais poderia acrescentar para viver de bem comigo e com essa vida.”
O que aprendi com eles? Que estamos valorizando em demasia, para os mais novos, facetas da vida que não são suficientes para sustentar a fome de viver.
Por que me preocupei? Porque tem aumentado o número de jovens que cometem suicídio e que têm depressão. Mesmo que os dois jovens com quem conversei não demonstrem estar nesse caminho, quantos como eles não estarão, pelos mesmos motivos? E o que podemos fazer, além de oferecer tratamento profissional?
Rosely Sayão, Folha de S.Paulo, 24 de junho de 2014.
Conversei longamente com dois jovens. O primeiro é um rapaz que está com 25 anos, que me procurou para trocar ideias sobre sua vida, suas aflições, suas dúvidas. A outra conversa foi com uma garota de 17 anos, com quem dialoguei a respeito de suas expectativas sobre a vida, o presente e o futuro dela.
O rapaz e a garota são bem diferentes entre si: moram em Estados diferentes, com culturas regionais muito distintas. O rapaz já exerce sua profissão, sua família tem excelente nível socioeconômico, a carreira dele está em plena ascensão e ele se sente satisfeito em seu trabalho.
A garota mora em uma cidade do interior, acabou de ingressar em um curso universitário, tem namorado e sua família é bem simples. Estudou quase sempre em escola pública, e é muito esforçada: dá aulas particulares para crianças e participa de programas sociais como voluntária.
O que há em comum entre esses dois jovens? Um vazio. Apesar de os dois estarem bem encaminhados na vida, eles vivem o que chamei de uma crise existencial: sentem enfado no cotidiano, não conseguem enxergar uma boa perspectiva na vida e, por mais que busquem, não encontram bons motivos para sustentar a vida que levam.
“Não se preocupe comigo: não tenho ideias suicidas, não estou deprimida, faço terapia e amo a vida. O problema é: que raios de vida é essa que eu vivo?” foi uma frase escrita pela garota em nossa troca de mensagens.
“Acordo, me arrumo para trabalhar, saio semanalmente com meus amigos e meus namoros não dão certo. No início achava que o problema eram as garotas, depois pensei que o problema fosse eu, agora acho que as atrapalhações são da vida”, me disse o jovem mais velho. E acrescentou: “Viver não pode se resumir a isso, é muita pobreza. Mas eu não sei o que mais poderia acrescentar para viver de bem comigo e com essa vida.”
O que aprendi com eles? Que estamos valorizando em demasia, para os mais novos, facetas da vida que não são suficientes para sustentar a fome de viver.
Por que me preocupei? Porque tem aumentado o número de jovens que cometem suicídio e que têm depressão. Mesmo que os dois jovens com quem conversei não demonstrem estar nesse caminho, quantos como eles não estarão, pelos mesmos motivos? E o que podemos fazer, além de oferecer tratamento profissional?
Rosely Sayão, Folha de S.Paulo, 24 de junho de 2014.
O espantoso é que, não obstante o furioso aumento da produtividade desde o século XIX – o que poderia, em tese, reduzir a necessidade do trabalho alienado –, estamos hoje ainda mais distantes do ideal projetado pelos economistas clássicos do que quando eles o formularam.
A escalada do consumo atropelou o valor da autonomia na vida prática e engoliu o sonho do trabalho como esfera de autorrealização humana. O ter – e não o fazer – nos define. Não é à toa que o sentimento do vazio, em meio a toda tecnologia e abundância ocidentais, só faz crescer.
Eduardo Giannetti. Folha de S.Paulo, 25 de julho de 2014.
A psicóloga e o economista, respectivamente autores dos textos acima, têm razão em apontar um sentimento de “vazio”, agudo e crescente, no mundo contemporâneo, em particular, entre os mais jovens? Se sim, o que justifica essa percepção? Se não, por que você discorda deles? Com base nas sugestões aqui apresentadas e em outras informações que você considere relevantes, redija uma dissertação em prosa sobre o tema A capacidade de atribuir sentido à vida encontra-se em crise?Procure argumentar de modo a deixar claro seu ponto de vista sobre essa questão.
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