A brincadeira trouxe a tona a xenofobia,
a conta que copiou o meme brasileiro, afirmava "no Brasil só tem
favela", outra "se não fosse por nós vocês estariam vivendo como
índios".
A cultura brasileira tal como é hoje,
é fruto de coerção, estupro, violação, acordos escusos, opressão e
principalmente por mortes. Ninguém gosta de passar por isso e ter uma
identidade confusa proveniente dessa violência, vide o machismo, racismo,
LGBTfobia e preconceito de classe.
Entenda o pivô da “briga” nesse link:
< https://www.buzzfeed.com/rafaelcapanema/brasileiros-e-portugueses-brigam-no-twitter-por-meme?bffbbrazil&utm_term=.wap36MRg#.gbDNyxnV > acesso dia 18/06/2018.
Via Surrealista.
Pouco realmente se sabe dos povos
indígenas dizimados do solo tupiniquim, apelidado como a República das Bananas
como forma de deslegitimar o novo sistema implantado no final do século XIX e
começo de XX.
O Brasil foi tomado por assalto por
aqueles que se utilizava de diferentes ferramentas para coagir. A resistência
indígena é sentida até hoje, a acunha que são preguiçosos vem da não dominação
sobre povos que fugiram para o interior do território para sobreviver. Não é
atoa que essa semana que se passou mais um massacre contra índios foi consumado
da maneira mais vil e covarde.
Clique no link para ler mais sobre o
assunto:< https://www.greenme.com.br/informar-se/povos-da-floresta/3591-guarani-kaiowao-massacre > acesso dia 18/06/2016.
Sobreviventes de um massacre sem precedentes
atualmente os índios continuam sendo injustiçados, suas vozes, entendemos que
são povos no plural, silenciadas e sua cultura jogada em um limbo entre
atrasada e não originais. Todas as civilizações fagocitaram algum habito
cultural de outras, para os indígenas esse mecanismo tão natural é negado. Tem
gente que se espanta quando um representante de tribo passa seu e-mail ou
simplesmente use um celular.
Assista esse vídeo para entender
melhor a questão: < https://m.facebook.com/SocialistaMorena/posts/1105055866221582?comment_id=1105061219554380&comment_tracking=%7B%22tn%22%3A%22R%22%7D > acesso dia 18/06/2016.
Enquanto houver gente reforçando a
inferiorização do outro para o benefício próprio, com a bandeira de “é só a minha opinião”, existirá opressão e
existirá LUTA e RESISTÊNCIA.
Prova que opressões são culturalmente
aceitas são as inúmeras polêmicas que Danilo Gentili vive se metendo em nome de
um “humor”, o caso mais recente foi ao tuitar que pensava que a senadora Regina
Sousa, do Partido dos Trabalhadores, fosse a tia do café, como se
desacreditasse que uma mulher e negra pudesse chegar a um cargo de alto escalão.
Em sua defensa como de pessoas preconceituosas a típica frase “não tenho preconceito,
até tenho amigxs que são” como se isso desse ingresso ou passe livre para
ofender, ou melhor que isente de ser uma pessoa que agride. Parece-me que só
são amigos das minorias para ter um álibi.
Veja a reportagem completa:< http://www.brasilpost.com.br/2016/05/12/danilo-gentili-tia-do-cafe-senadora_n_9931012.html > acesso dia 18/06/2016.
O que mais impressiona é como
incomoda para quem é privilegiado quando quem ele julga inferior alcança uma
posição de destaque, e como ele “disfarça” sua hipocrisia, veja na foto a
seguir o como ele se “sobressai” as acusações de preconceito. As pessoas gostam
de brincar, o Brasil entrou em conflito via Twitter com Portugal pelo titulo de
povo “mais zueiro” do mundo, não são as pessoas que são chatas, mas deve ser difícil
um homem privilegiado conseguir compreender seus privilégios,
mentira na verdade ele sabe disso, porém faz de conta que não sabe do que está
falando.
*Atenção a legenda da foto que é uma maneira de deslegitimar a luta feminista, foi feita uma alusão ao combate a cultura de estupro que ele mesmo ajuda a perpetuar.
Não é piada quando humilha e anula a
existência alheia, o texto parece confuso se iniciou falando que a “guerra de
memes” trouxe a tona preconceitos enraizados.
O que algo tão bobo pode nos revelar do um
passado distante, porém muito presente continua vivo? Sim, pode como a
desvalorização dos povos indígenas e sua cultura, a animalização ou
coisificação do negro (a Inês Brasil foi motivo de chacota para os portugueses,
mais a frente vamos contextualizar) e como foi violenta e impiedosa a
colonização.
Tradução: Nós brasileiras não temos cérebro,
só a bunda para mostrar uuui.
A Inês é um texto a parte, sempre me
pergunto se riem com ela ou dela, muitas vezes os memes com ela me deixa com
dúvida, como já li diversas vezes ela é a extrapolação do feminino seus traços
que lembram de uma pessoa trans e seu passado nada fácil, esconde uma mulher
culta. Quando as pessoas riem dela é como se rissem das comunidades carentes
com suas Ineses cada qual ao seu jeito. Uma mulher que espanta pela aparente “vulgaridade”,
mas que vem com um coração bondoso, que apesar das baixas que a vida nos dá
permanece de pé, conheci muitas mulheres fortes que fizeram de tudo para criar
seus filhos depois de abandonadas pelo “companheiro”, rotuladas e
marginalizadas por isso. Quando riem da Inês Brasil vejo rirem da mulher da
periferia.
Esse texto está público no Facebook e é fantástico: < https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1038123149607427&set=a.278514708901612.67836.100002292548751&type=3&theater
> acesso dia 18/06/2016.
O machismo, racismo, LGBTfobia e
xenofobia que se mostrou nessa brincadeira dói de verdade, seja por ter sido
ridicularizado pelo colonizador, seja por reproduzirmos esse discurso que mata,
fere e destrói. A única certeza que carrego é o quão urgente precisamos
repensar as práticas pedagógicas, temos um currículo nacional colonizado e
nossa identidade fervida aos humores estrangeiros, enquanto essa mudança não
vem sigo temendo a frase de Paulo Freire, ai já vou pedindo licença para o meu
meme:
Até o próximo texto,
Profª Lene, História do Brasil.
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